A Controladoria-Geral da União e a Polícia Federal realizaram na manhã desta quinta-feira, 12 de junho, a operação denominada Dia Zero, com o objetivo de desarticular um esquema de desvio de recursos públicos na área da saúde envolvendo a Prefeitura de Salvador. As ações ocorreram nas cidades baianas de Salvador, Mata de São João e Itapetinga, além da capital alagoana, Maceió. 56c1k
A investigação revelou que o grupo envolvido utilizava contratos irregulares com uma organização sem fins lucrativos, que atuava na prestação de serviços de tecnologia da informação na saúde municipal. Foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de bens de pessoas físicas e jurídicas, totalizando cem milhões de reais. Também foi determinado o afastamento de servidores públicos de suas funções.
O caso teve início após indícios de desvio de verbas e lavagem de dinheiro envolvendo entidades sem fins lucrativos e empresas privadas que mantinham contratos com diversas prefeituras da Bahia. Entre essas instituições, uma delas se destacou pelo elevado volume financeiro movimentado em Salvador.
A apuração conduzida pela Polícia Federal e pela CGU identificou fraudes no processo de licitação da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador. Além disso, ficou comprovado que a entidade contratada simulava pagamentos a empresas privadas ligadas a agentes públicos e funcionários da própria instituição, com a intenção de disfarçar os desvios e ocultar os verdadeiros beneficiários dos recursos.
Cerca de 130 policiais federais e 18 auditores da CGU participaram da operação. Em Maceió, mandados também foram executados como parte da investigação que segue em curso.
A CGU destaca que os desvios de verbas públicas na saúde causam prejuízos graves à população, especialmente aos mais vulneráveis. A falta de recursos se reflete na precariedade dos serviços, na escassez de medicamentos, na ausência de profissionais e equipamentos, comprometendo o atendimento básico e colocando em risco a vida de quem depende exclusivamente do sistema público.
A população pode colaborar com informações por meio da plataforma Fala.BR, mantida pela Ouvidoria-Geral da União. As denúncias podem ser feitas de forma anônima, seguindo as orientações disponíveis no site.